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Psicologia explica por que o barulho de mastigar incomoda tanto

Você já sentiu uma raiva instantânea ao ouvir alguém mastigar? Não está sozinho. A ciência por trás desse incômodo tem nome e explicação: misofonia.

A psicologia estuda por que certos sons — mastigação, respiração, clique de talheres — provocam reações fortes e como isso afeta a vida de quem sofre com esse problema.

O que é misofonia e como a psicologia a entende

Psicologia explica por que barulho mastigar incomoda tanto
Psicologia explica por que o barulho de mastigar incomoda tanto – Foto: Freepik

Misofonia significa “ódio ao som” e descreve uma reação intensa a ruídos específicos.

Ao contrário do que muitos pensam, não se trata apenas de ser “chato” ou intolerante.

Pesquisadores em psicologia e neurociência mostram que, em pessoas com misofonia, determinados sons disparam respostas emocionais e fisiológicas muito mais fortes do que em outras pessoas.

O cérebro associa aquele estímulo sonoro a uma sensação de ameaça, provocando irritação, ansiedade e até raiva.

A resposta pode ocorrer de forma automática, quase como um reflexo. Em algumas pessoas, ouvir mastigar gera aceleração do coração, tensão muscular e um impulso imediato de se afastar ou reagir.

Por que mastigar é um gatilho tão comum?

Alguns ruídos cotidianos têm características que os tornam gatilhos potenciais: repetição, textura sonora e proximidade.

O som da mastigação é rítmico, ressonante e normalmente muito próximo do ouvido — especialmente em refeições compartilhadas.

Esses elementos facilitam que o estímulo seja identificado e marcado como “importante” pelo sistema nervoso.

Em quem tem uma sensibilidade aumentada, o processo de avaliação sonora vira exagero emocional, transformando um barulho neutro em fonte de desconforto.

Além do fator acústico, experiências passadas também contam: se alguém desenvolveu associação negativa entre arroz e críticas na infância, por exemplo, o som de mastigar arroz pode ativar essa memória emocional.

Há uma explicação neurológica?

Estudos sugerem diferenças na forma como o cérebro processa sons em pessoas com misofonia.

Partes do cérebro envolvidas em atenção, emoção e memória (como a amígdala) parecem reagir de forma exagerada a certos estímulos.

Veja também: O que significa fazer piada com traumas e problemas, segundo a psicologia

A psicologia e a neurociência indicam que há uma hiperconectividade entre as áreas auditivas e as áreas emocionais, o que explica por que o ruído produz uma reação desproporcional.

Nem sempre há um transtorno mental grave por trás do problema, mas quando a reação impacta o dia a dia — evitando refeições em família, trabalho ou convívio social — é preciso atenção profissional.

Misofonia é transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)?

Algumas semelhanças existem, mas não é o mesmo.

Tanto a misofonia quanto o TOC envolvem respostas exageradas a estímulos que provocam desconforto.

Em certos casos, pessoas com misofonia apresentam comportamentos repetitivos para evitar os sons ou controlá-los.

A psicologia utiliza avaliação clínica para diferenciar e tratar cada condição conforme seus mecanismos específicos.

Como a psicologia pode ajudar quem sofre com isso

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Foto: Freepik

Terapias cognitivo-comportamentais (TCC) costumam ser a base do tratamento.

O objetivo é reduzir a sensibilidade ao som e alterar a avaliação negativa que a pessoa faz do estímulo.

Técnicas de dessensibilização sonora, treino de atenção (para desviar o foco do som), estratégias de respiração e relaxamento e, quando necessário, intervenção com um profissional de saúde mental, são ferramentas eficazes.

Também é útil trabalhar o componente social: pedir compreensão de amigos e familiares, estabelecer limites durante refeições e criar rotinas que minimizem o estresse.

Estratégias práticas para lidar no dia a dia

  • Use fones com música ambiente em ambientes controlados.
  • Crie sinais discretos com quem convive para lidar com o barulho sem confrontos.
  • Pratique exercícios de respiração quando o incômodo surgir.
  • Procure terapia se o problema interferir na vida social ou emocional.
  • O que significa cantar no chuveiro, segundo psicologia

Por que o som de mastigar nos incomoda, segundo a psicologia

Se o som de mastigar te deixa irritado ao ponto de estragar uma refeição, a psicologia confirma: não é frescura.

Misofonia tem explicação e tratamento. Reconhecer o problema é o primeiro passo para reduzir o impacto e recuperar o convívio com tranquilidade.

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Charles Fábion

Arquiteto baiano entusiasta de tecnologia, ciência e comunicação. Criei esse site justamente para compartilhar com você os principais assuntos da atualidade, sempre comprometido em fornecer conteúdo relevante, original e de qualidade.

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